A meditação é para todos que desejam! Parece um detalhe, mas é o ponto principal.
O desejo, a motivação, a aspiração tem papel fundamental em nossa vida e não seria diferente na hora de escolher o que fazer com e para a nossa mente.
Então, a questão é como gerar o desejo de meditar, como aspirar a ser um meditador ou meditadora?
O professor renomado de Budismo Moderno, Geshe Kelsang Gyatso, sempre diz em seus livros e ensinamentos que para gerar o desejo precisamos contemplar profundamente os benefícios de meditar e os prejuízos de não meditar.
No livro Como Transformar a sua Vida, Geshe Kelsang diz:
“O propósito da meditação é tornar a nossa mente calma e pacífica. Como foi mencionado anteriormente, se nossa mente estiver em paz, estaremos livres de preocupações e desconforto mental e, por essa razão, experienciaremos felicidade verdadeira; mas, se nossa mente não estiver em paz, acharemos muito difícil sermos felizes, mesmo que estejamos vivendo nas melhores condições.”
Vamos colocar uma lanterna em dois pontos essenciais. Primeiro, a prática da meditação está intimamente ligada à minha felicidade. E aqui vale lembrar outro ensinamento de Buda, que por trás de todas as nossas ações está o desejo de ser feliz e o desejo de não sofrer (dois lados de uma mesma moeda) e isso acontece até mesmo quando estamos dormindo (perceba seus sonhos, estamos fugindo de perigos e buscando prazeres).
O segundo ponto é que mesmo que as condições exteriores estejam boas, perfeitas, se minha mente não estiver em paz eu não consigo desfrutar dessas condições (imagina você comendo seu prato preferido e recebe uma mensagem que te deixe com raiva, a comida perde sabor, não perde? O que mudou, a comida ou sua mente?).
Contemplando esses pontos podemos concluir que meditar deveria ser a tarefa diária de todos os seres que desejam ser felizes. Essa é uma maneira de gerar em nós o desejo de meditar. Para que o conhecimento intelectual “preciso meditar” se transforme em ação precisamos ir ao laboratório. Laboratório? Isso mesmo!
Seremos cientistas da felicidade e usaremos nossa mente como nosso laboratório.
Tente perceber por quanto tempo você sustenta uma mente feliz em um dia?
A resposta a esta pergunta te ajudará a entender a importância de aplicar esforço para colocar a prática de meditação em nosso dia a dia. E esforço é então o último destaque desse texto. Como diz Caetano Veloso em Sampa: “E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho”.
Tudo o que é novo apavora nem que seja por um instante. E é o esforço que coloca nosso desejo em ação e assim fechamos o ciclo. Geramos o desejo de meditar contemplando os benefícios de meditar e os prejuízos de não meditar, nos animamos e decidimos colocar em prática. Por ser algo com o qual não estamos familiarizados, precisamos aplicar um certo esforço para realizar essa mudança na rotina.
Dessa maneira, em muito pouco tempo, experienciaremos os resultados e o conhecimento, que era só intelectual, passa a fazer parte da nossa vida.
Se a meditação faz parte da minha vida, podemos dizer que somos meditadores.