Durante muito tempo não ousaria usar essa palavra para me descrever, afinal eu não explodia facilmente, sempre evitei brigas e discussões, enfim, não me considerava uma pessoa raivosa. Até que conheci os ensinamentos de Buda!
O que será que Buda tem a dizer sobre a raiva?
Geshe Kelsang Gyatso, Monge Budista e fundador da Nova Tradição Kadampa, em seu livro “Como Solucionar Nossos Problemas Humanos”, nos dá uma definição que irá nos ajudar a identificar a raiva antes mesmo dela aparecer!
“Raiva é uma reação a sentimentos de infelicidade, que, por sua vez, surgem toda vez que nos deparamos com circunstâncias desagradáveis. Sempre que não conseguimos satisfazer nossos desejos ou temos que encarar uma situação que nos desagrada – em resumo, sempre que somos obrigados a suportar algo que gostaríamos de evitar – nossa mente se descontrola e reage sentindo infelicidade. E esse sentimento desconfortável pode facilmente se transformar em raiva e nos perturbar ainda mais.”
E desde quando conseguimos satisfazer todos os nossos desejos? Desde quando conseguimos evitar situações desagradáveis e desconfortáveis? Em muitas raras ocasiões (talvez). Portanto, é muito importante entender esse processo para podermos evitar aquilo que podemos evitar: a raiva! As situações difíceis e desafiadoras irão surgir, não tenham dúvida, mas a raiva ou até mesmo a infelicidade (que antecede a raiva) essas podemos evitar. Eba! Mas como?
O antídoto da raiva é uma poderosa mente chamada Paciência. E já vou dizendo, paciência é para os fortes. Afinal, “não há nada de corajoso em reagir as dificuldades ou insultos com raiva – isso só mostra que estamos sendo derrotados pelas nossa delusões.”
E aqui é importante ressaltar, as delusões (como a raiva) são as nossas verdadeiras inimigas e não a pessoa ou a situação desagradável. Na verdade, a pessoa, também ela é uma vítima de sua mente deludida de raiva e as situações desagradáveis, ou melhor, minha sensação de desconforto diante de alguma situação, é fruto do meu carma negativo. Então, ok! Preciso ser paciente, beleza! Mas, se acabei de perceber que sou raivoso/a, como posso ser paciente? Calma, tudo é uma questão de treino, de familiaridade.
“Há uma enorme diferença pensar ‘estou mal’ e pensar ‘sensações desagradáveis estão surgindo em minha mente’. Quando nos identificamos com nossas sensações, nós as tornamos maiores e mais sólidas do que são, e é muito difícil largar esse sentimento desagradável. Por outro lado, quando aprendemos a encarar nossos sentimentos com um certo distanciamento, como se fossem apenas ondas no oceano da nossa mente, eles se tornam menos assustadores e conseguimos lidar com eles de maneira mais fácil.”
Como uma onda no mar! Podemos, e se quisermos ser verdadeiramente felizes, precisamos, nos identificar com o oceano e não com a onda. Nossa mente é muito maior que nossos pensamentos e sensações, afinal tudo isso acontece dentro da minha mente, o que me leva a entender que a minha mente contém os pensamentos e sensações e portanto é maior que eles. Pensando e meditando nisso, ganho espaço mental para escolher como quero reagir diante daquela situação, ganho liberdade!
Geshe Chekawa nos aconselha:
“Confie sempre apenas numa mente feliz”. Para fazer isso, precisamos parar de nos identificar com as ondas e nos identificar mais com o oceano. Preciso também conhecer melhor esse oceano, não é mesmo?
Para isso que estamos aqui, para juntos explorarmos a ilimitada capacidade da nossa mente e o potencial que temos dentro de nós mesmos para sermos felizes verdadeiramente.
O Centro Budista Kadampa Jangchub Ling oferece cursos, palestras, retiros, preces e muito mais. Algumas dessas atividades são pagas – e é dessa maneira que nos sustentamos – e algumas atividades são gratuitas e todas as atividades são abertas a todos!
Todos são bem-vindos! Vamos juntos nessa jornada? Acompanhe nossa programação, compartilhe com seus amigos, salve essa postagem para ler mais tarde!